As hipóteses de uma pesquisa consistem em responder ao questionamento (problema de pesquisa) de forma provisória, podendo a(s) resposta(s) ser(em) confirmada(s) ou refutada(s). Entretanto, estando as hipóteses bem elaboradas a partir do conhecimento aprofundado sobre a temática proposta para o estudo, tende-se à comprovação a partir da verificação empírica, que é o propósito da pesquisa científica.

Quanto à formulação das hipóteses da pesquisa, não existe um padrão, apesar de a literatura que trata sobre Metodologia Científica apontar alguns critérios a serem seguidos. As hipóteses são elaboradas com base em uma prévia observação do fenômeno ou com base em pesquisas anteriores que possam subsidiar uma resposta consistente ao problema levantado. Em síntese, a hipótese é uma resposta temporária ao questionamento da pesquisa.

As hipóteses podem ser classificadas como:

1. Casuístas: “afirmam que um objeto, uma pessoa ou um fato específico tem determinada característica” (Gil, 2002, p. 31);

2. Referidas à frequência de acontecimentos, antecipando determinadas características ocorridas “[…] com maior ou menor frequência em determinado grupo, sociedade ou cultura” (Gil, 2002, p. 32). Exemplo: formula a hipótese de que é elevado o número de alunos de uma universidade que praticam um determinado esporte;

3. Comparações: “Se x, então y”, onde x e y são variáveis ligadas entre si pelas palavras “se” e “então” (Gil, 2002, p. 33). Exemplo: Se a criança vivencia privação na infância, então apresentará deficiência na realização de suas atividades escolares […].

A hipótese deve estar vinculada ao método e a técnica utilizada para a pesquisa, devendo ser simples e concisa. Por isso, evite utilizar termos subjetivos, como: “bom”, “ruim”, “muito”, “pouco” etc. Seja o mais exato possível, visto ser a hipótese, embora temporária, uma resposta afirmativa.

Além disso, é preciso entender que, para a elaboração das hipóteses, o/a pesquisador/a deve considerar o quadro teórico que fundamenta o raciocínio para evitar a elaboração de hipóteses óbvias e tendenciosas que não tragam uma contribuição real para o resultado. Assim, é fundamental realizar um levantamento bibliográfico sobre o fenômeno que deseja investigar e conhecer o debate teórico para evitar hipóteses sem sentido.

Em síntese, a hipótese é uma suposição, uma afirmação prévia e temporária que busca responder ao problema da pesquisa. Uma hipótese tem o objetivo de organizar a pesquisa, evitando dispersão e atuando como um guia para a investigação, além de ser, também, uma explicação provisória sobre o fenômeno até a sua confirmação ou refutação.

Referência:
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

Texto elaborado por: Profa. Dra. Josenita Luiz da Silva.